"Nova técnica da cor dá vida às coisas"

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A sua profissão é ...

Sou ilustrador freelancer; faço ilustrações para a imprensa essencialmente e quando aparecem projectos como este [do Israel Sketch-book], aproveito.

Como foi lidar com as cores do espaço em Israel e transpô-las para o papel?

A minha técnica de dar a cor é muito mecânica, sobretudo neste livro. Recorro muito às cores das fotografias para colorir os desenhos que fiz nos locais. É uma maneira de me esquecer da preocupação da cor, de me libertar, porque, assim, não tenho que andar com uma caixa de aguarelas. Se tivesse de fazê-lo, a relação com a cor seria muito mais crítica.

Concretamente, como o faz?

Desenho no caderno, faço desenho à vista basicamente, depois fotografo o que acabei de desenhar. Isso irá permitir-me, mais tarde, com calma e com base nas fotografias feitas, escolher as cores com as quais vou colorir os desenhos. É por isso que têm esse aspecto quase fotográfico. Esta forma de colorir torna as coisas palpáveis, dá-lhes vida.

Este é o seu segundo livro...

Editei o primeiro em 2007 e o tema era a subida ao Evereste.

Como o fez? Porque o de Israel é uma viagem pelo país, esteve lá...

Foi mais complicado mas também mais tradicional. Fiz muita pesquisa e conversei muito com o João Garcia [alpinista]. E à medida que ia avançando na pesquisa, ia percebendo como é difícil ser alpinista e como o Evereste tem sido mortal para tanta gente. Esse álbum é a história do João Garcia, que eu sempre achei que merecia ser contada. No caso de Israel Sketchbook é diferente, foi a primeira vez que trabalhei a cor desta forma; recorro a ele muitas vezes para me inspirar.

Há novos projectos?

Fui contactado por uma editora francesa para ilustar um álbum de banda desenhada sobre a experiência no pós-guerra de um artista kosovar. Estou já a fazer pesquisa, por isso estive em Agosto no Kosovo.

E o artista tem nome?

Sim. É Gani Japuki.

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